Inebriações

domingo, 22 de abril de 2012

Ensaio da Constância Emocional - Parte I

Toda hipótese de equilíbrio emocional em um diálogo/relação é uma representação eventual conveniente para obter uma determinada ambientização partidária ao interesse primário de um ou mais indivíduos no produto final de uma situação. Não existe nenhuma espécie de emoção constante, elas se interpolam de acordo com a circunstância, sempre em estado extremo, ora controlável ou não.  Esse “domínio” (retensão) do sentimento pode ocasionar uma frustrante sobrecarga emocional, que consequentemente em algum momento irá se descarregar abruptamente no formato de outra emoção qualquer sem governo algum, nesse caso a emoção se exibe na sua figura mais bucólica, despontando o até então segredado interesse primário do(s) indivíduo(s) e provocando a fortificação ou, como a maioria dos casos, o rompimento do diálogo/relação em tono.
A tolerância do espectador do distúrbio emocional do individuo descontrolado é um ponto importantíssimo no processo de fortificação/rompimento, além da indução exercida sobre ele pelo descontrolado, que o expõe ao mesmo procedimento de descontrole emocional quase que inevitável, é justamente a maneira como o descontrole alheio será absorvido que ditará o produto final do diálogo/relação, equivalente ao seu nível tolerante. A fortificação acontece quando o individuo controlado tolera o “peso” das expressões articuladas pelo descontrolado, aumentando a afinidade.
O aumento da constância dessas “detonações emocionais” desenvolve, no caso de rompimento, o personalismo, egotismo e altivez, logo a importância da socialização se torna frívola e fraca. O desenvolvimento dessas propriedades, por sua vez, gera senão o desejo pelo isolamento, o isolamento por decorrência, a impudência discursiva, apatia e desprezo pelo diálogo, opinião e crítica alheia. 

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