Inebriações

terça-feira, 6 de março de 2012

XIV

Repeti até que consegui me convencer

Que o amor, o tão amado amor,

É um sentimento comum.

Não se ama a todo

Momento.

Muito menos se recebe amor a todo

Momento.

Momentos...

Em alguns, temos amor.

Assim como a tristeza, alegria, raiva, êxtase, ódio.

Momentâneos.

O amor também o é.

Se você não vê a realidade

Como ela realmente é

Então você ama algo ou alguém!

Mas como saber, não é mesmo?

É mais fácil saber que você amou

Do que saber que você ama.

O homem tende a mudar tudo que

Pretende amar.

Assim que o ser amado não suporta mais

Permanecer em sua forma adaptada,

A pretensão amável rompe-se desse

Sentimento inconstante,

Já que era momentâneo.

O amor já não pertence ao ser

que se libertou do invólucro

Do ser que o amava.

Esse último tem certeza que amou,

Mas a beleza já não está ali.

O amor é nômade,

Como os primeiros homens.

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